Thursday, July 30, 2009

A vida nos trilhos

Desde pequeno minha vida sempre foi diferente da maioria, sempre !! meus pais eram separados, eu morava em um bairro pobre mas estudava em colégio particular, freqüentava uma igreja evangélica com minha avó aos domingos, sabia diversos versículos de cor entre outras coisas.

Tempos depois, seguindo a linha " diferente da maioria", fui estudar no centro de São Paulo, próximo ao trabalho da minha mãe. Todos os dias eu saía bem cedo de casa com a minha mãe e após uma maratona de ônibus + trem + metro lá estava eu na escola.

Diante disso um elemento se tornou comum para mim, o trem. Mais que o metro que corta toda a cidade São Paulo, o trem faz a interligação entre os bairros que compõe a " Grande São Paulo", os bairros da periferia, e os pequenos municípios que aos poucos foram engolidos pela megalópole.

Há características peculiares como por exemplo a relação publico x horário, de manha é formado por trabalhadores que fazem essa " migração pendular" para seus trabalho, você encontra todos os tipos de trabalhadores .. de engravatados a pé rapados, mas ainda assim é algo um tanto homogêneo.. é uma massa mesmo que lembra a musica do Zé Ramalho.

A noite é um público pseudo-inteligente formado por universitários que estão retornando da faculdade, percebe-se claramente os grupinhos de alunos, cada um com seu papo, hora descontraído hora discutindo sobre problemas na faculdade, eu já fiz parte deste publico também.

Aos finais de semana as famílias aproveitam para passear, em eventos percebe-se a massa novamente utilizando o meio de transporte para se divertir. Me arrisco a dizer que o trem é como uma nação, tem linguagem moeda e cidadãos próprios, há uma cultura empírica que somente aqueles que fazem uso deste meio de transporte compreendem.

Há linguagens verbais e não verbais, como a dos vendedores ambulantes, dos pedintes, dos seguranças, dos cegos que cantam para ganhar algum trocado ... dos artistas que se pintam, dos repentistas e das infinitas tribos que fazem de lá sua oca temporária.

Friday, July 24, 2009

Ela – As pessoas não me deixam viver em paz.

Zek – As pessoas nunca vão deixar você viver em paz, até porque você não precisa da autorização delas.

Monday, July 20, 2009

Eu comiog mesmo

E aí eu e ele saímos para conversar, já era hora... ou talvez tenha passado da hora, mas o fato é que nós precisávamos nos entender, nos conhecer, nos vimos muito pouco, de longe, em encontros furtivos, e tudo que eu sabia na verdade era o que outras pessoas me falavam a respeito dele, nada era muito certo.

E enfim depois um tempo resolvemos sentar e conversar, somente nós dois ... o papo começou sobre amenidades, como toda conversa... e foi inevitável aprofundarmos os assuntos para algo mais elaborado, elucubrado como dizem que ele é, achei que fosse difícil engatar uma boa conversa, mas não foi, nunca conversei com alguém tão simples de se entender, mesmo falando sobre os assuntos mais complexos dessa caminhada.

Foi um grande erro não ter conhecido esse cara antes, ter deixado tanto tempo passar. Mas vamos tratar de recuperar o tempo perdido, e de mais a mais um parceiro novo vai ser de grande valia porque os maiores desafios talvez ainda estejam por vir.

Por fim já era hora de conhecer esse tal de Zek, afinal vivo com ele desde que nasci, e poucas vezes levamos um papo tão franco, e sinceramente acho que vou precisar de mais tempo para conhecer esse cara, talvez mais tempo para mais papos, mas enfim, vale a pena o investimento.

Friday, July 17, 2009

DESABAFO



Aí vai um desabafo.
Fruto do meu cansaço.
Escrever é como aço.
Pesado fardo.

Tudo quando escrevo
Rimas a me perseguir.
Mudar até me atrevo.
Elas insistem em surgir.

Por vezes a me irritar.
Sinto me limitado.
O caminho a trilhar.
Será de um escritor frustrado.

Se é que há saída.
Alguém me estenda à mão.
Para minha escrita combalida.
Ter alguma direção.

Monday, July 13, 2009

É impressionante mas as vezes uma decisão acertada pode aliviar até 100 kg de carga inutil dos ombros.

Wednesday, July 8, 2009

Mais um

Se eu pudesse escolher eu hoje gostaria de ser "mais um", com minha individualidade que faz ser apenas a pequena parte de um todo, de algo maior. Mais um blogueiro que escreve as coisas que pensa e as joga na rede juntamente com milhares de outros textos, imagens e sons e talvez alguém leia.

No meu trabalho mais um funcionário fazendo sua parte focado unicamente em sua rotina, ansioso a espera do almoço e no período da tarde esperando a hora de ir embora, bater o cartão respirar fundo e ir para casa sabendo que somente vai voltar no outro dia no horário do expediente.

No caminho nada de diferente, mais um no coletivo a ler seu livro, perscrutando o universo alheio a cada pagina e sequer vendo o caminho passar, como se aquele espaço fosse único e singular ... mesmo tendo olhos curiosos a teimosamente dividir a fração daquele universo.

Mais um que vai se casar e ter filhos, ler o jornal de domingo e deixar os dias passar como um imenso feitiço do tempo em que tudo se repete e você se percebe como um mero ator que estará no mesmo palco, no mesmo cenário e com a mesma platéia, representando o mesmo ato.

Se eu pudesse riscaria do meu vocabulário a palavra " híbrido " , seus derivados e sinônimos como " singular" e " único " também seriam limados da minha existência, não haveria mais ironia e a vida então seria menos paradoxal ... seria normal afinal seria sempre igual, alguém aí deve achar estranho ... mas não há nada de mal, sendo mais “ alguém” normal.