Saturday, October 30, 2010

Zé do livro

Zé do livro

Escrito por Gabriel Perissé

26-Mar-2007

Zé do Livro acorda cedo para vender livros usados e manuseados em vários pontos da grande cidade. Gosta de repetir para os clientes indecisos: “livro novo é aquele que você não leu”.

Camelô de livros baratos, Zé do Livro acredita na cultura, na ficção, na poesia, na ciência, nas idéias, nos índices e posfácios. É um idealista realista, porque livro é seu negócio, sua mercadoria, sua sobrevivência. Sua fome (de estômago mesmo) só não é maior do que sua fome de leitura. Depois do café da manhã, só pensará em almoço quando vender algum livro.

Não é pobreza, o seu problema. Pobre ele não é. Tem livros, tem vocabulário, intimidade com autores inesquecíveis, repertório, opiniões, referências, tem lá suas teorias sobre a sociedade monetarizada e o fim do mundo. Pobre é um país com leitores que não lêem. E essa pobreza, sim, o angustia.

Zé do Livro põe os livros na calçada, atrapalhando o fluxo dos pedestres. Quando chove sai correndo para que os livros não morram afogados. No final do dia, alguns trocados no bolso, volta com sua sacola de livros (poucos vendeu), sacola sempre cheia também de esperança — amanhã muitas pessoas vão descobrir que leitura é libertação.

Ao longo do dia, Zé do Livro lê e relê, faça frio, faça calor. Sabe que um livro, em sua vida útil, pode passar pelas mãos de 5 a 6 pessoas. Ele sente nas páginas envelhecidas as impressões digitais (e mentais) dos leitores que já tocaram o livro. Zé do Livro (coisa inexplicável, mas normal) consegue sentir nos livros usados as dores e alegrias de quem já os folheou.

Livros têm dono e não têm. Assemelham-se a tartarugas, querem viver mais de 100 anos, passar de pai para filho, de avô para neto, de desconhecido para desconhecido.

Volta e meia encontro Zé do Livro vendendo livros em ruas, avenidas, becos, ladeiras, escadarias, praças. Os preços são imorais de tão baixos. Sua intenção maior é que o leitor leve o livro, e que a sua sacola de sacoleiro volte mais leve. Zé do Livro, o melhor amigo dos livros e leitores. Providencia encontros, reencontros.

Antes de dormir, Zé do Livro faz seu exame de consciência: Terei amado os livros com amor verdadeiro? Li os livros com a criatividade que eles merecem? Fiz meu proselitismo... “proselivrismo” em prosa e verso?

Gabriel Perissé é doutor em Educação pela USP e escritor.

Thursday, October 28, 2010

Finalmente de volta

Estou de volta, o tempo voou de tão rápido, mas acho que agora “ é pra ficar porque aqui ...”

Bom como eu já disse em posts passados foi um tempo de me adaptar a minha nova vida, já que agora estou casado, moro em uma cidade diferente e como se não bastasse troquei de emprego.

Por conta de tantas mudanças de uma só vez levou um tempo para me arranjar na casa nova, arrumar um serviço de Internet ( que não é lá essas coisas) e ainda por cima transladar meu PC para minha casa nova, parece coisa simples né?? ... mas enfim acho que agora me arrumei de vez.

Mas como todos já sabem, escrever requer prática constante e eu estou um pouco enferrujado já tantos meses sem escrever, sendo assim agora preciso praticar para logo voltar a escrever e me expressar melhor, mas o mais importante é dizer a todos.

O BLOG ESTÁ DE VOLTA.

Saturday, October 2, 2010

O PACTO

A dica de hoje é do Livro “ O Pacto” do grande “ Frank Peretti” um dos melhores livros que já li, a leitura flui de uma maneira que não para mais, é como se você adentrasse a um novo mundo com que é a trama do livro.

Um pecado oculto em uma cidade, um pacto de silencio em torno deste pecado, uma ameaça em torno deste pacto e a pena de morte para quem ousar revelá-lo , este é o cenário que o leitor se depara .


O livro experimenta uma linguagem interessante que é a do simbolismo, e é necessário uma certa reflexão para entender a proposta do autor que se utilizou de um suspense para trazer uma mensagem clara e inteligível ao leitor.


Vale a pena a leitura.



Friday, October 1, 2010

Algumas considerações sobre o tempo ( VI ).




Meu alivio, meu pesadelo e meu tormento.

Nada pode parar o correr do tempo.

Como o caminhar, moroso e lento.

Veloz e abrupto como o vento.

Se cura feridas tambem traz dor e sofrimento.

Não constroi como o concreto e o cimento.

Sem homenagem, estatua ou monumento.