Era uma vez um garoto pequeno que estudava em uma cidade vizinha a sua, seus pais resolveram que estudaria em uma escola até então tida como “ excelente”, como havia poucas, na cidade do garoto não havia e por tanto cabia ao garoto a missão de migrar para a cidade vizinha aproximadamente 40 minutos.
Como a família do garoto não eram abastados e na época não possuíam veículos o garoto fazia o trajeto de ônibus, uma via sacra contínua, dia a dia, praticamente um migrante se sentia.
Era comum os trabalhadores daquela cidade trabalharem em outras cidades, o que faziam com que todos os meios de locomoção daquela cidade e daquele bairro em especifico fossem insuficientes nos horários tidos como de “ pico”, o garoto sabia que não poderia perder o ponto onde deveria descer, e intrepidamente avançava rumo a direção.
Era um rotina a qual o garoto já havia se acostumado, como remar contra a maré pois eram muitas pessoas a transpor .... o garoto era educado e pedia educadamente para passar, porém era sempre inútil pois era um garoto pequeno... o que fazia com que seus caminhos fossem abertos a força, mal sabia que seria um treino para a grande dicotomia da vida.
A mochila do garoto era um capitulo a parte, pois como a escola gozava de boa reputação eram muitos os livros que cabia ao garoto carregar, a tarefa tornava o ato de transpor a multidão um esforço hercúleo, pois uma vez passado cabia o ato de trazer consigo a mochila que não era leve.
Aos poucos o conceito foi se formando, “o menininho da mala”... todos foram se acostumando as passagens abruptas e persistentes do garoto que insistentemente passava rumo a uma direção e rumo a um objetivo que não poderia ser alterado, uma frase marcou a infância do garoto, um comentário feito pelos adultos
- Pô cara toma verginha, você não consegue passar.... olha esse molequinho aí passar arrasando todo mundo mas passa e ainda traz essa mala.