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Thursday, March 11, 2010

Uma única célula

Era uma vez uma cidade que não para, dorme silencia espontaneamente. Esta cidade corre freneticamtne rumo ao desconhecido, não há tempo a perder porém perde-se muito tempo.
Seus trens e metros quase sempre lotados, seus ônibus cheios e parados no intenso tráfico sempre acompanhados de uma sinfonia que todos os veículos em mesma situação reproduzem, uma sinfonia ensurdecedora, monocórdia e ruidosa.

Certa vez esta cidade perdeu uma célula de seu organismo, era apenas uma célula porem o corpo da grande cidade não poderia parar, pois há um percurso a se percorrer e milhares de células morrem o todo no imenso corpo, mas aquela célula teve uma morte diferente.

Aquela célula não morreu pelo tempo de existência, não morreu por uma doença física do grande corpo chamado cidade, não morreu por uma infecção ou falência degenerativa... aquela célula desistiu de trabalhar, cansou funcionar e decidiu encerrar suas atividades.

Por alguns instantes o órgão pelo qual aquela célula transitava parou , foram alguns minutos que não impactou o movimento do grande corpo, que seguiu seu caminho rumo ao improvável, e os demais órgãos sequer sentiram ou saberão a importância daquela célula que simplesmente cansou de existir, de trabalhar e ser mais uma célula , parte daquele corpo .

Quantas células mais irão desistir de funcionar dentro deste imenso corpo ? que corpo é este que não percebe suas células se tornando doentes e aos poucos desistindo de funcionar, há milhares de células alguém pode dizer ... mas milhares são a soma de muitas “ umas” e uma a uma tornam-se milhares. Aquela célula sem nome se foi, esta foi a sua historia.

Wednesday, February 10, 2010

A liberdade que mata - A historia de Maggy.

Numa dessas noites quentes de sábado antes de ir embora, enquanto me despedia da minha noiva ouvimos um latido, olhamos ao redor e nada, a rua esta tranqüila e iluminada, passam-se segundos e ouvimos novamente, agora insistente como um chorinho vindo do portão em frente, olhando com um pouco mais de atenção vejo dois pares de olhos brilhando no meio do breu que era o quintal do vizinho.

Começou aí o nosso relacionamento com Safira e Maggy duas cadelinhas que por algum motivo chamaram a nossa atenção naquela noite, achei estranho , imaginei se alguma estaria acontecendo, mas o silencio do quintal foi mais que suficiente para me fazer crer que não havia nada de anormal acontecendo.

Nos dias que se seguiram a cena se repetiu de maneira a me surpreender o escândalo das duas cadelinhas ao me ver chegar, atravessei a rua , enfiei os braços pelo portão e fiz um carinho rápido nas duas, que desesperadas brigavam pelas minhas mãos.

Fui saber que maior e mais desesperada se chamava Safira e menorzinha e mais delicada se chamava Maggy. Mãe e filha sempre companheiras, corriam juntas pelo quintal quando me viam, tempos depois vim a saber que o escândalo se repetia com minha noiva, cunhados e até minha sogra, qualquer um da família era requisitado para fazer um cafuné e dar um pãozinho ou até jogar um beijinho.

Safira era toda espalhafatosa , se sacudia inteira para chamar a atenção, era a mãe e fazia uso do cargo em beneficio próprio, inclusive esticando a pata para ter todo o cafuné só para ela e se possível sufocando a pobre Maggy que diferente da mãe era toda delicada e docemente recebia nossos afagos, com o tempo nos referíamos a ela como a “bruxinha”, pois não tomava banho freqüentemente e de preta ficou cinza de tão encardida, mas os olhos e o sorriso eram cativantes por demais, cheguei a sugerir que raptássemos a Maggy depois de nos casarmos , idéia que foi abortada pois iríamos separar mãe e filha.

Mas a Maggy cresceu, e como todo adolescente , ficou rebelde e começou a fugir de casa. Era comum ouvir minha noiva dizer que a Maggy estava fora do portão, eu mesmo a coloquei para dentro algumas vezes, certa vez ela fugiu e ficou no portão da minha noiva querendo entrar, tomou gosto pela liberdade, e não há nada mais sedutor do que a liberdade.

Hoje 09/02/2010 minha noiva me ligou e me disse que conversando com a vizinha da frente recebeu a noticia de que um caminhão pegou a Maggy numa dessas fugas um caminhão em alta velocidade não conseguiu frear e atropelou a Maggy, foi triste saber o destino que a bruxinha tomou, com certeza vai deixar saudades.

Este texto é dedicado a ela, a eterna bruxinha...... Maggy

Monday, July 20, 2009

Eu comiog mesmo

E aí eu e ele saímos para conversar, já era hora... ou talvez tenha passado da hora, mas o fato é que nós precisávamos nos entender, nos conhecer, nos vimos muito pouco, de longe, em encontros furtivos, e tudo que eu sabia na verdade era o que outras pessoas me falavam a respeito dele, nada era muito certo.

E enfim depois um tempo resolvemos sentar e conversar, somente nós dois ... o papo começou sobre amenidades, como toda conversa... e foi inevitável aprofundarmos os assuntos para algo mais elaborado, elucubrado como dizem que ele é, achei que fosse difícil engatar uma boa conversa, mas não foi, nunca conversei com alguém tão simples de se entender, mesmo falando sobre os assuntos mais complexos dessa caminhada.

Foi um grande erro não ter conhecido esse cara antes, ter deixado tanto tempo passar. Mas vamos tratar de recuperar o tempo perdido, e de mais a mais um parceiro novo vai ser de grande valia porque os maiores desafios talvez ainda estejam por vir.

Por fim já era hora de conhecer esse tal de Zek, afinal vivo com ele desde que nasci, e poucas vezes levamos um papo tão franco, e sinceramente acho que vou precisar de mais tempo para conhecer esse cara, talvez mais tempo para mais papos, mas enfim, vale a pena o investimento.

Monday, September 22, 2008

O novo sabor


Manhã de sábado, fim de semana... até que enfim um dia para min, A semana foi dureza chefe chato, professor chato e vizinhos chatos... Deus me proteja. Os dias vão passando e eu quero contar os meus dias de modo diferente, alias eu quero um sabor diferente.. um sabor que eu nunca tenha provado, ou já tenha provado e tenha me esquecido. Mas tem que ser bom tem que me fazer pedir mais... tem que ser “ o sabor”.

Ok, como tudo que eu quero nesta vida não há de ser fácil conseguir, vou com minha mãe a feira livre ... lugarzinho interessante é praticamente uma letra de “ funk” , mas bem que poderiam gritar menos... sigo provando frutas, maça, morango, banana, ameixa, nada ... nada que supra meu desejo por algo novo.

Na volta passo no supermercado, vamos dar uma provada em algo que me atraia o paladar, uns iogurtes aqui, uns docinhos ali... tem que ser escondido senão vão me fazer pagar por tudo, ou melhor por todos os doces ...enfim uma pista já descobri que eu quero algo doce, nem isso eu sabia.

Que saco só eu mesmo para ter vontade de algo que nem eu mesmo sei o que é, mas sei o que não pode ser, coisa de bicho grilo.... foi então que resolvi mudar a minha estratégia, voltar para casa e bolar uma outra forma de achar o “ novo sabor”, saio do mercado meio cabisbaixo , afinal não comprei nada muito menos descobri onde encontrar meu “ novo sabor”... e vou caminhando para casa quando de repente vejo uma velha amiga, que me chamou para ir a um churrasco que estava quase começando... muita comida, muita bebida, sabores novos.

Lá fui eu, afinal eu hei de encontrar o sabor que tanto procuro, sorte a do Cazuza que sabia era “ o sabor de uma fruta mordida”, eu não sei que gosto estou perseguindo, só sei que é doce.
Churrasco rolando, uns vinhos aqui e acolá, sem cerveja porque cerveja não é doce.. e nada , nada mesmo!! até que ...... minha velha amiga .....

- Zek, deixa eu te apresentar, essa é minha amiga .......
- Oi ....... prazer, smack. – ops , ACHEI - calma por favor não se mexa
- O que fo..
- hummmmm - achei ... doce, diferente, delicioso e viciante, tudo que eu procurava.
Algum tempo que não sei ao certo precisar quanto.
- Ei vocês dois, o churras já acabou faz no mínimo umas duas horas da para vocês pararem de beijar por favor, da pra pelo menos me ouvir ......... CARAMBA ... ta quando saírem joguem a chave pelo portão que eu vou dormir.