Wednesday, February 10, 2010

A liberdade que mata - A historia de Maggy.

Numa dessas noites quentes de sábado antes de ir embora, enquanto me despedia da minha noiva ouvimos um latido, olhamos ao redor e nada, a rua esta tranqüila e iluminada, passam-se segundos e ouvimos novamente, agora insistente como um chorinho vindo do portão em frente, olhando com um pouco mais de atenção vejo dois pares de olhos brilhando no meio do breu que era o quintal do vizinho.

Começou aí o nosso relacionamento com Safira e Maggy duas cadelinhas que por algum motivo chamaram a nossa atenção naquela noite, achei estranho , imaginei se alguma estaria acontecendo, mas o silencio do quintal foi mais que suficiente para me fazer crer que não havia nada de anormal acontecendo.

Nos dias que se seguiram a cena se repetiu de maneira a me surpreender o escândalo das duas cadelinhas ao me ver chegar, atravessei a rua , enfiei os braços pelo portão e fiz um carinho rápido nas duas, que desesperadas brigavam pelas minhas mãos.

Fui saber que maior e mais desesperada se chamava Safira e menorzinha e mais delicada se chamava Maggy. Mãe e filha sempre companheiras, corriam juntas pelo quintal quando me viam, tempos depois vim a saber que o escândalo se repetia com minha noiva, cunhados e até minha sogra, qualquer um da família era requisitado para fazer um cafuné e dar um pãozinho ou até jogar um beijinho.

Safira era toda espalhafatosa , se sacudia inteira para chamar a atenção, era a mãe e fazia uso do cargo em beneficio próprio, inclusive esticando a pata para ter todo o cafuné só para ela e se possível sufocando a pobre Maggy que diferente da mãe era toda delicada e docemente recebia nossos afagos, com o tempo nos referíamos a ela como a “bruxinha”, pois não tomava banho freqüentemente e de preta ficou cinza de tão encardida, mas os olhos e o sorriso eram cativantes por demais, cheguei a sugerir que raptássemos a Maggy depois de nos casarmos , idéia que foi abortada pois iríamos separar mãe e filha.

Mas a Maggy cresceu, e como todo adolescente , ficou rebelde e começou a fugir de casa. Era comum ouvir minha noiva dizer que a Maggy estava fora do portão, eu mesmo a coloquei para dentro algumas vezes, certa vez ela fugiu e ficou no portão da minha noiva querendo entrar, tomou gosto pela liberdade, e não há nada mais sedutor do que a liberdade.

Hoje 09/02/2010 minha noiva me ligou e me disse que conversando com a vizinha da frente recebeu a noticia de que um caminhão pegou a Maggy numa dessas fugas um caminhão em alta velocidade não conseguiu frear e atropelou a Maggy, foi triste saber o destino que a bruxinha tomou, com certeza vai deixar saudades.

Este texto é dedicado a ela, a eterna bruxinha...... Maggy

1 comment:

Poeta Mauro Rocha said...

Ola!! Pena que essa bruxinha teve esse fim, mas com certeza ela vai voar por esse mundo e olhar para você e dizer a todos que a escutarem que você é especial.

Um abraço!!